16 julho 2013

: Todas as damas se amarram num vagabundo ::.



Sinopse:

Zahara é uma menina rica, de 19 anos, que mora na Zona Sul do Rio, com suas três melhores amigas, Ju, Mari e Carol. Apesar dos estereótipos em relação aos ricos, Zahara nunca foi como todos os ricos. Mesmo tendo tudo na vida, sempre soube dar valor e a gostar das coisas simples. Vê seu mundo de cabeça pra baixo quando conhece um menino de um mundo completamente diferente do seu. Será que é possível pessoas tão diferentes darem tão certo? Apesar das diferenças os dois pretendem lutar contra tudo e contra todos para serem feliz.
Prólogo:

Acordei com alguém batendo na porta do meu quarto. Levantei, e abri a porta do jeito que eu estava mesmo, de calcinha e uma blusa grande; não ligava, afinal devia ser alguma das meninas. Dei de cara com XXX apoiado no rodapé da minha porta. Na hora assustei, não tava o esperando; ele me olhou de cima em baixo. Meio sem graça perguntei:
- O que você ta fazendo aqui? – fiquei o olhando e ele sorriu meio sem graça.
- Desculpa por ontem, é só que eu precisava te ver.
Então ele me puxou pela cintura e colou seu corpo no meu e meu beijou. Eu ainda tava brava mas não consegui evitar, senti seu membro crescer e empurrei ele na minha cama e deitei por cima, e senti sua mão acariciando minha bunda. Ele era irresistível. 
Bom, podia ser assim. Quando eles se encontrassem ela via como ele estava e falava que ele estava bem bonito, mais que preferia o jeito dele de ser. Daí eles vão pra festa e quando chegam lá, tá tudo mundo lá. Daí, eles entra de mãos dadas quando ela se encontra com os pais eles veem que ele não é um "riquinho". Mais por ver que ela parecia gostar dele mesmo depois do que o Renzo fez ela passar, eles dariam uma chance para conhecer ele. Mais no meio da festa quando o Renzo olha e vê que ele tá conquistando todos, bebe muito e arma um barraco na festa fazendo os pais da Za tirarem ele de lá. Daí o ele passa a noite com a Za na casa dos pais dela, mais não deve acontecer nada entre eles. Só pra terem um momento mais bonito juntos. ><

Personagens:

Zahara (Za): 19 anos, cursa arquitetura. Mora com suas três melhores amigas, as 4 se conhecem desde os 7 anos e moram juntas a 3. Filha de pais ricos, alegre, apaixonada por músicas e fotografia. Ama a praia, o sol e o Rio de Janeiro. Cabeça aberta, sempre disposta a experimentar coisas novas, as amigas a chamam de ‘’alternativa’’.

Juliana (Ju): 19 anos, cursa direito. Sempre muito meiga e prestativa, é romântica e sempre foi a mais sensível do grupo. Muito querida por todos, simpática e fofa. Sofre e se apaixona facilmente.

Mariana (Mari): 19 anos, cursa publicidade. A mais ‘’porra-louca’’ do grupo, ama festas, bebidas e dançar. É a mais rodada e a mais comentada pela galera. O que mais importa pra ela é se divertir e não liga pra opinião alheia.

Ana Carolina (Carol): 19 anos, cursa psicologia. É a conselheira do grupo. Suas amigas são tudo pra ela, não suporta ver nenhuma delas triste e é a mais companheira. É perceptiva e sabe ver quando suas amigas tão mal.

Kauê: 21 anos, cursa design gráfico. Ama praia, é fissurado em música e andar de long. Mora com seu melhor amigo em um apartamento pequeno da zona zul. Nunca teve muito dinheiro e sempre foi muito trabalhador. Sua mãe sempre foi muito batalhadora mas teve que se mudar pra Bahia, pra cuidar da avó.

André (Sonic): 21 anos, cursa design gráfico. Melhor amigo de Kauê. Gosta de fazer rap e tocar violão. É tranquilo e gosta de ficar na dele.

Renzo: 20 anos, cursa engenharia civil. Sempre foi muito amigo das meninas e sempre fez parte do grupinho delas. É cabeça quente e não gosta de ser contrariado. Quase sempre se mete em confusões.

Leandro (Leleco): 20 anos, cursa engenharia elétrica. Também faz parte do grupo das meninas. Gosta das coisas do jeito dele e ta sempre do lado de Renzo.

OBS: Outros personagens aparecerão durante a web. Esse são só os ‘principais’.
Zahara narrando:

O despertador tocou, abri os olhos devagar. Parecia que um trator tinha passado em cima de mim. A Ju dormia comigo na cama. Carol e Mari tavam deitadas em um colchão de casal no chão, provavelmente tinham tirado da cama de uma delas. Levantei, e fui pro banheiro tomar banho, depois eu acordava as meninas, elas ficaram acordadas comigo até tarde ontem. Eu tava um caco, meus olhos tavam inchados de tanto chorar e meu nariz ainda tava vermelho. Era difícil não pensar que meu namorado de 2 anos, o Renzo, tinha me traído. Tomei um banho e saí enrolada na toalha. Disse baixinho pra não assustar as meninas:
- Bom dia amigas! Hora de acordar!
A Ju se espreguiçou e sorriu pra mim. Carol abriu os olhos, reclamou alguma coisa que não entendi e voltou a dormir. A Mari levantou, já agitada.
Mari:Ai, graças a Deus hoje é sexta! A gente vai sair né? To afim de beber! – me olhou pra ver minha reação e eu sorri.
Ju: Credo Mariana, a gente mal acordou você já ta falando da noite! – e riu, ri também e fui me trocar.
Carol: Não tão vendo que to tentando dormir?
Mari:Levanta logo Carol, se não a gente vai chegar atrasada! – falou empurrando ela do colchão.
As meninas saíram pros seus quartos pra se arrumarem. Graças a Deus ninguém tinha tocado no assunto do meu namoro. Quer dizer, ex namoro. Me arrumei tentando não pensar nisso. Coloquei um short desfiado, uma regatinha e uma rasteirinha. Peguei minha bolsa e coloquei meus cadernos, minha carteira e a chave do carro. Segunda e sexta eram meus dias de ir de carro pra faculdade. Fui pra cozinha arrumar a mesa do café. Já tava na minha segunda torrada com nutella quando Ju e Carol apareceram.
Depois de ela dizer que o show era do Ret, não tinha como eu negar. A Ju finalmente chegou e a gente foi pra casa. A Déia (nossa empregada), já tava fazendo o almoço quando chegamos. Ela era tipo uma mãezona pra nós. Coloquei minhas coisas no quarto e sentei pra almoçar, as meninas já estavam comendo.
Zahara: A gente podia pegar uma piscina hoje né? Temos uma piscina dentro do nosso apê e nunca usamos ela! – disse enquanto colocava outra grafada na boca.
Ju: Não vai dar.. Como hoje vou sair com vocês a noite, vou encontrar Leleco agora a tarde. – ela disse meio que sem graça e me olhou, acho que por Leleco ser o melhor amigo de Renzo.
Ninguém disse nada e Carol meio que tentou mudar de assunto.
Carol:Nem, vou dormir, se não, a noite não vou aguentar ficar acordada muito tempo.
Mari: Porra Ana Carolina, tu é preguiçosa em! – disse rindo, e todas rimos- Eu topo amiga, mas só se amanha a gente for a praia!
Zahara: Já me viu alguma vez recusar a praia?- e sorri.
Acabamos de almoçar. A Ju foi se arrumar pra sair e Carol foi dormir. Subi as escadas em direção a piscina. Meu pai tinha escolhido muito bem esse apartamento. O segundo andar era como se fosse o meu refúgio. Tinha uma sala de vidro, com um monte de poltronas gostosas e sofás espaçosos pra gente relaxar. Eu e as meninas sempre nos juntávamos pra fofocar aqui. Na varanda passava por um jardinzinho delicioso e dava de cara com a piscina. O que eu mais amava do segundo andar, era a vista. Dava pra ver praticamente a praia inteira do Leblon, que eu amava tanto. Ficamos ali pegando sol até umas 5 horas da tarde. Como o sol já tava indo embora, decidimos descer; fui direto pro meu quarto ver se tinha algo no meu celular. Me deparei com uma mensagem do Renzo: ”Será que a gente podia se ver hoje? Não deu pra conversamos ontem direito. Te amo.”
Fiquei olhando incrédula pra tela do celular, como ele tinha coragem de mandar uma mensagem daquela, depois de eu ter visto ele com outra garota?! Resolvi responder sem pensar duas vezes: ”Não vai dar, nem hoje nem nunca! Te disse que tava perdoado, mas que não voltaria com você. Não me manda mais mensagens.” Deixei o celular em cima da cama e fui tomar banho, depois eu tiraria um cochilo, pra estar disposta pro show. Acordei com a Carol me balançando.
Carol: Amiga, já são 20:30! A gente tem que se arrumar pra sair! As meninas já estão se arrumando e vim te acordar! Não vai furar, né? – acordei, me espreguicei enquanto ela me olhava.
Zahara: Renzo me mandou mensagem amiga.
Carol: O que ele disse? – ela disse sem acreditar e gritou pelas meninas. – Ju, Mari, reunião urgente! -as duas vieram correndo.
Ju e Mari: O que foi? – as duas pergutaram juntas me olhando, eu ri.
Zahara: Renzo me mandou mensagem, mas eu já respondi gente, nada demais. – falei entregando o celular na mão de Carol, que leu em voz alta.
Mari: Que cretino, amiga! Vamos pegar uns gatinhos hoje, o que acha?
Ju: Acho que a Za não tem que ficar com ninguém, isso só vai fazer mais mal a ela. – a ju sempre com seu jeitinho fofo de ser.
Carol: Acho que quem tem que decidir isso é ela, gente, não vocês! – disse repreendendo as outras duas, eu sorri.
Zahara: Gente, ta tudo bem, não é nada demais! Vamos nos arrumar, temos uma noite inteira pela frente. – falei rindo e empurrando elas pra fora do quarto.
Ok!! Mas ainda nem aconteceu nada importante hauahua
Como eu já tinha tomado banho não ia demorar muito pra me arrumar, e como o show era de rap, não precisava de muitas produções. Sentei na cama e mandei uma mensagem pra minha mãe, desde terça não falava com ela, então, ela não sabia do término. Pensei mil vezes em como escreveria aquela mensagem, minha mãe sempre foi apaixonada pelo Renzo... Nossas famílias se conheciam a muito tempo. Resolvi escrever assim, sem dar muito foco ao assunto principal. ”Mãe, eu e Renzo terminamos. Ontem, o vi com outra menina. Ta tudo bem, avisa ao papai, ok? To com saudades, desde final de semana passado a gente não se vê, parece que nem moramos na mesma cidade!! Hoje vou no Circo com as meninas, amanhã te ligo pra te contar direitinho! Não precisa ficar preocupada, te amo!” Fui até o armário e peguei a saia que eu mais gostava, uma de couro marrom, com um babado na ponta, vesti uma regata que eu também amava, tinha decotes nas laterais, aonde ficavam meus braços e uma hamsá enorme da frente, calcei uma rasteirinha, fiz uma make simples e me perfumei, guardei as coisas em uma bolsa-carteira. Fui até a sala, e as meninas já tavam esperando. Pegamos um táxi até o circo.
Zahara: Gente, vamos tentar não nos perder! Chegamos juntas, vamos embora juntas. Fiquem com os celulares, qualquer coisa. – disse enquanto descíamos do carro.
Mari: Relaxa amiga! – ela disse pra me deixar mais tranquila. - Vamo ali naquele barzinho pra gente beber antes de entrar no show, ta um pouco cedo ainda! – ela apontou pra um barzinho no final da rua.
Todas concordamos, afinal, a gente sempre gostava de beber antes de entrar no show. Fomos andando ao longo da rua, tava bem movimentada. A Ju e a Carol andavam um pouco na frente e eu fiquei atrás com a Mari. Quase chegando no barzinho, reparei em 2 meninos encostados em um carro e parece que a Mari também. 
O da esquerda usava uma calça bege, daquelas que skatistas usam, sabe? Tava com uma blusa preta e um tênis cinza. Ele tinha o cabelo preto e usava um boné verde. O outro tava com uma calça preta caída, uma blusa cinza e um tênis preto. Pelo que deu pra ver, o boné dele tava apoiado no teto do carro e ele tinha os cabelos bagunçados meio cor de mel. Os dois seguravam uma latinha de cerveja. Quando a gente passou, eles se olhando e o da esquerda assobiou, o da direita deu um cutucão nele, o que pra mim pareceu uma repressão. Eu e Mari nos olhamos e rimos. Não fiquei olhando muito pra não parecer oferecida, mas eles eram lindos. Fazia tempo que eu não olhava assim pra um menino.
Chegamos no bar, ficamos bebendo até dar meia noite mais ou menos e entramos no show. A Mari como sempre, já tava meio doidinha, a Ju já parecia cansada e a Carol animada. Amava o fato de que nós 4, mesmo sendo tão diferentes, apoiássemos umas as outras, tipo, a Ju nem gostava de rap e mesmo assim foi ao show com a gente. O show já tava pra começar, e por termos entrado um pouco tarde, ficamos afastadas do palco, mas eu nem tava ligando muito. Então o show começou, a Mari já tava num canto com um menino. Eu precisava beber mais, apesar de eu amar o Ret, Renzo não saia da minha cabeça.
Zahara: Carol, vou no bar comprar uma bebida! Não sai daqui e não desgruda da Ju! – ela acenou com a cabeça sem tirar os olhos do palco e mandei um beijo pra Ju, indo em direção ao bar.
O da esquerda usava uma calça bege, daquelas que skatistas usam, sabe? Tava com uma blusa preta e um tênis cinza. Ele tinha o cabelo preto e usava um boné verde. O outro tava com uma calça preta caída, uma blusa cinza e um tênis preto. Pelo que deu pra ver, o boné dele tava apoiado no teto do carro e ele tinha os cabelos bagunçados meio cor de mel. Os dois seguravam uma latinha de cerveja. Quando a gente passou, eles se olhando e o da esquerda assobiou, o da direita deu um cutucão nele, o que pra mim pareceu uma repressão. Eu e Mari nos olhamos e rimos. Não fiquei olhando muito pra não parecer oferecida, mas eles eram lindos. Fazia tempo que eu não olhava assim pra um menino.
Chegamos no bar, ficamos bebendo até dar meia noite mais ou menos e entramos no show. A Mari como sempre, já tava meio doidinha, a Ju já parecia cansada e a Carol animada. Amava o fato de que nós 4, mesmo sendo tão diferentes, apoiássemos umas as outras, tipo, a Ju nem gostava de rap e mesmo assim foi ao show com a gente. O show já tava pra começar, e por termos entrado um pouco tarde, ficamos afastadas do palco, mas eu nem tava ligando muito. Então o show começou, a Mari já tava num canto com um menino. Eu precisava beber mais, apesar de eu amar o Ret, Renzo não saia da minha cabeça.
Zahara: Carol, vou no bar comprar uma bebida! Não sai daqui e não desgruda da Ju! – ela acenou com a cabeça sem tirar os olhos do palco e mandei um beijo pra Ju, indo em direção ao bar.
Quando o show acabou, a Ju já tava morta, tadinha. A Carol já tava sóbria e Mari, ainda tava doida, mas morgada. Eu tava praticamente sem minhas pernas, tava doendo demais. Já eram quase 5h da manhã e eu ainda queria ir à praia no dia seguinte.
Zahara: Meninas, vamos né? Mais nada nos prende aqui. – eu disse carregando a Mari pelo braço. Ela riu, e rimos dela.
Não foi difícil achar um táxi e não demorou muito até chegarmos em casa. Acho que pela primeira vez na vida, fiquei tão acabada depois de um show. Fui pro meu quarto enquanto as meninas iam pro delas. Me joguei na cama, pretendia dormir daquele jeito que eu tava mesmo. Só tirei a rasteirinha e deitei de bruços pra mexer no celular. Tinha uma mensagem da minha mãe: ”Estou arrasada minha filha, seu pai já ligou pro pai de Renzo e eles conversaram. Nunca achei que ele fosse capaz de fazer isso com você. Se precisar, você sabe que pode ligar pra gente né? A Déia me disse que vocês passaram o dia na piscina hoje, finalmente né?! Amanhã eu e seu pai vamos passar o dia na nossa casa em Búzios, então só nos veremos final de semana que vem. Também estamos com saudades. Amamos você, beijo mamãe e papai.” Sorri ao ler, meus pais realmente eram tudo pra mim e eu realmente tava com saudades. Foi aí que lembrei que não tinha contado pras meninas do menino dos olhos verdes, mas agora já era tarde demais. Elas já deviam estar dormindo. Pensei nele mais uma vez e apaguei.
O sol batia no meu rosto e eu mal conseguia abrir os olhos, não acredito que esqueci de fechar as cortinas. Fui olhar as horas e já era quase meio dia. Meu celular tocou 2 min depois de eu ter acordado.
Zahara: Alô?
Mari: Acorda Zaharaaaaaa, vem pra praia! Eu, Ju e Carol já estamos te esperando!
Zahara: Que horas vocês acordaram? – perguntei incrédula, eu era sempre a primeira a acordar.
Mari: Umas 10h! A gente tentou te acordar, mas você nem se mexeu! Vem logo Zahara! – ela riu, e ouvi as meninas rirem atrás.
Zahara: To indo, só vou me arrumar ok? Você me parece muito feliz pra quem tava morgadona ontem! – eu ri e ouvi elas rirem atrás, ai que fui me tocar que tava no viva-voz.
Mari: Vai se fuder, e vem logo! Beijo!
Zahara: To indo! Beijo!
Desliguei a ligação. Levantei, peguei um biquíni e fui pro banheiro. Quando me olhei no espelho me assustei, eu tava parecendo um panda! Esqueci de tirar a maquiagem, que droga! Ri de mim mesma e me arrumei. Coloquei um macaquinho branco por cima do biquíni, peguei minhas coisas de praia e taquei tudo numa bolsa. Calcei minha havainas e fui. O dia tava maravilhoso. Minhas pernas ainda doíam de ontem, mas eu não tava muito preocupada, coloquei meu fone, fiquei com o celular na mão e desci. Atravessei a rua, quando coloquei o pé no calçadão, alguém bateu em mim e vi meu celular longe e tudo que tinha na minha bolsa caiu. 
Zahara: Caralho!!!! – eu gritei puta e olhei pra ver quem foi o desgraçado que fez isso.
Era um menino, ele tava com o boné pra trás, sem camisa, com uma bermuda de praia toda colorida e descalço, ele tava com o long na mão e vinha na minha direção com uma cara meio de desespero.
XXX: Carai, desculpa ae, não te vi. – ele disse tirando o fone.
Zahara: Que você não me viu, eu já sei né. – eu disse abaixando pra catar minhas coisas no chão, achei estranho essa minha reação, eu nunca reagia desse jeito.
XXX: Po, desculpa mesmo vei.. Te machuquei? – ele foi andando em direção ao meu celular e pegou ele no chão enquanto eu catava minhas coisas e colocava na bolsa de novo.
Zahara: Não, ta tudo bem. – estiquei a mão pra pegar o celular e ele fez uma cara como se alguma coisa ruim tivesse acontecido. – O que aconteceu?
XXX: Ae, foi mal, de boa mesmo. Seu celular quebrou. – ele disse me entregando o celular. Quando peguei o celular, minha vontade era de chorar, a tela tava toda rachada. – Ihhh, fica assim não. Eu pago, relaxa. Quer anotar meu número?
Então levantei a cabeça e olhei pra ele, até então a gente não tinha se olhado. Quase não acreditei, era o menino do show. Meu coração veio na boca por um momento, ele pareceu me reconhecer também. Os olhos dele estavam mais verdes ainda, por causa do sol, ele tinha um corpo bonito, era meio bronzeado de sol e um sorriso muito branco. Será que era possível, encontrar ele assim duas vezes no mesmo final de semana, sendo que moro no Rio desde que nasci e nunca vi esse menino. 
XXX: E então? – ele perguntou me olhando, foi aí que percebi que tinha ficado sem reação, será que ele notou??
Zahara: Não precisa, pode deixar que eu me viro. – eu disse, e sorri. É obvio que eu não precisava do dinheiro dele, e foi sem querer que ele bateu em mim né.
XXX: Eu insisto vei, a culpa foi minha. Anota aí, quando tu mandar concertar tu me liga e eu te entrego o dinheiro, se tu não me ligar eu te ligo, eu vou pagar. – ele disse sorrindo e parecia decidido.
Zahara: Então é melhor você me ligar, porque eu não vou ligar pra você. – eu disse sem graça.
XXX: Então me da teu número, e o nome de preferência. – ele disse tirando o celular do bolso e dando uma risada baixa, eu ri também, meio sem graça.
Zahara: É Zahara, e o número é xxxxxxxx.
XXX: Beleza então, eu te ligo, Zahara. Desculpa ae, de novo. – ele disse sorrindo e foi saindo, fiquei olhando ele sair e então notei que não tinha perguntado o nome dele.
Zahara: E o seu, quel é? – gritei na esperança de que ele ouvisse.
XXX: É Kauê! – ele gritou virando a cabeça e continuou.
Fiquei parada um tempo tentado absorver o que tinha acontecido. Então fui encontrar as meninas na praia, eu ainda não tinha contado de ontem e tinha mais de hoje pra contar! 
Avistei elas de longe.
Zahara: Ju, Mari, Carol! – gritei acenando com a mão e indo em direção a elas.
Quando cheguei mais perto reparei que elas se entreolhavam e finalmente quando cheguei onde elas estavam percebi o por que. Meu coração gelou, meus olhos quase se encheram de lágrimas, a raiva se inflou dentro de mim. Era quase impossível de acreditar. As meninas estavam sentadas nas cadeiras. No pé da Ju, o Leleco tava sentado em uma canga, e do lado dele, um pouco mais longe, Renzo tava sentado. Era impossível não reconhecer ele de longe. Ele é muito loiro e muito branco, não me impressionava que estivesse sentado em baixo da barraca. Tive que pensar rápido no que eu faria ou falaria, ou seja lá o que eu fizesse naquela hora. Coloquei minha canga do lado da Mari, a que tava mais afastada dele.
Zahara: Oi gente! – sorri forçad, dei um tchauzinho e me sentei. Acho que todo mundo reparou que ficou um clima ruim. Ele tava me olhando mas tentei disfarçar. Como minhas amigas tiveram coragem de fazer isso comigo?
Lancei um olhar sinistro pra Mari, e acho que ela entendeu.
Mari: Demorou em neguinha, o que tu tava fazendo?
Zahara: Tava passando pelo calçadão e um menino de long bateu em mim e derrubou todas as minhas coisas. – eu queria contar a elas sobre o Kauê, mas ali e agora não dava.
Renzo: E ta tudo bem, Za? Você se machucou? – ele disse me olhando, forçando uma aproximação. Seu cretino, é claro que não ta tudo bem, VOCÊ me machucou e ainda tem coragem de me chamar de Za.
Zahara: Não, ta tudo bem, só quebrou meu celular, nada demais. – respondi seca. Não podia dar ao luxo de ele achar que estava tudo bem. Acho que ele reparou, por isso não disse mais nada.
Leleco: Em, vou lá no mar. Vamo Renzin? – ele disse meio apreensivo e olhou pro Renzo.
Renzo: Vamo sim. – ele disse levantando e me olhando.
Esperei eles estarem longe pra falar. Eu tava muito puta, e elas iam ouvir bastante.
Zahara: Porra, vocês são sem noção? Porque não me avisaram que ele tava aqui?
Carol: Calma Za, eles chegaram depois que a gente ligou pra você. Depois que eles chegaram a gente tentou te ligar, mas seu celular só dava na caixa postal.
Ju: É Za, o Leandro me ligou e disse que tava vindo, mas eu não sabia que Renzo tava junto.
Isso não conseguiu me acalmar.
Zahara: Não to nem aí cara, vocês vacilaram e sabem disso. Conseguiram estragar o meu dia. Agora não posso ir embora se não ele vai perceber. Inventem alguma desculpa pra gente ir embora, aqui eu não vou ficar. – disse muito grossa, apesar de eu odiar tratar minhas amigas assim, eu não tava conseguindo evitar, a raiva já tinha me possuído.
Mari: Relaxa amiga! A gente não fez por mal. Vou dizer que to com fome, você diz que acabou de chegar, e eu digo que quero ir embora pra almoçar. Não tem problema, amanhã a gente volta na praia, ok? - não quis responder, mas acenei com a cabeça.
Quando os meninos voltaram e sentaram na mesma posição de antes, eu não olhei, mas percebi que Renzo me olhava, que saco, isso já tava me pertubando.
Mari: Ai gente, to morrendo de fome! Não tomei café, a gente podia ir indo né? – e me olhou.
Carol: Eu apoio, também to com fome!
Zahara: Mas eu acabei de chegar. – eu disse sínica, fazendo bico.
Mari: Foda-se, dormiu até tarde porque quis, a gente já ta aqui a um tempão. Vamos embora. – ela levantou e puxou minha mão pra me levantar. Recolhemos nossas coisas, nos despedimos e fomos embora.
Fui calada durante todo o caminho. Já sentia um pouco de remorso de ter tratado minhas amigas daquele jeito, mas mais tarde eu pediria desculpas, elas entenderiam. Quando chegamos em casa notei que também tava com fome. Acordei e fui direto pra praia, sem ter comido nada. Sentei na mesa da cozinha.
Carol: Amiga, - ela disse sentando na cadeira do meu lado e me olhando - desculpa vai! A gente não queria te deixar triste, você sabe, somos amigas!
Zahara: Ta tudo bem gente, é que a raiva me dominou e acabei ficando daquele jeito. Eu não queria ter tratado vocês assim! – eu disse já mais calma, pegando meu celular dentro da bolsa. Quando o vi todo quebrado, me veio Kauê na cabeça e lembrei que tinha coisas pra contar pra elas. – Que tal a gente ir pra sala de vidro? Tenho umas coisas pra contar! – eu disse animada e todas me olharam surpresas, e eu ri.
Mari: O que é amiga? – ela disse enquanto subíamos as escadas.
Carol: Ta na cara que ela ficou com um macho ontem e não nos contou!
Zahara: Gente como vocês são, não é nada demais!
Ju: Então porque você ficou toda animadinha quando falou? – sentei em uma das poltronas, Ju sentou num puff e Carol e Mari sentaram juntas no sofá.
Então eu contei pra elas de ontem e de hoje, que eu tinha dado meu número pra ele e ele disse que e ligava.
Mari: Amiga, vocês tem que se ver de novo. Ele é lindo! Será que ele te liga?
Ju: É claro que ele não vai ligar, o menino tem tatuagem usa boné e anda de long, ele não faz seu tipo Za. – me perguntei o que ter tatuagem, usar boné e andar de long tem errado.
Carol: Cala boca Juliana! Só porque o garoto não é todo certinho ele não faz o tipo da Za? – ela disse indignada.
Zahara: Gente, primeiro que eu não tenho um tipo, ok? E segundo que só porque ele tem tatuagens, anda de long e usa boné não quer dizer que ele seja um cara errado! – eu disse revirando os olhos. 
Pedimos comida e continuamos a conversar durante o almoço. Não sei quantas vezes eu já disse, mas eu amo ficar com minhas amigas. Depois do almoço a gente resolveu ficar na piscina e decidirmos o que faríamos a noite. A Mari quis uma coisa mais relax, por ontem ter ficado morgada e todas concordamos. Minhas pernas ainda doíam! Resolvemos que iríamos pra um pub que vimos ontem, perto do Circo, e que a gente nunca foi.
Desci, tomei um banho e fiquei deitada vendo um pouco de TV no quarto. Meu celular vibrou e mesmo com a tela rachada ainda dava pra ler: ” Quando te vi na praia percebi que não consigo viver sem você. Vou dar um jeito de te ver hoje.” Sim, o nome do sujeito era Renzo e fiquei impressionada com o tamanho da cara de pau dele, eu já tinha dito que não queria receber mais mensagens e não ia mais falar com ele. Resolvi que não responderia e fiquei vendo TV até dar a hora de me arrumar.
Botei um vestido azul, e um salto preto. Fiz uma make simples e peguei uma bolsa-carteira preta brilhante. Quando todas ficamos prontas, chamamos um táxi e fomos até o pub. A rua tava movimentada. Entramos, sentamos em uma mesa e pedimos nossas bebidas. O clima ali era muito agradável, a gente dançava e bebia, tocava música eletrônica lá. Foi então que vi um loiro, alto e branquelo se aproximar. Que saco cara, duas vezes no mesmo dia? 
Ele comprimentou as meninas, que me olharam. E veio até a mim.
Renzo: Za, vamos conversar. Desde quinta a gente não conversa direito. – ele disse no meu ouvido, enquanto as meninas me olhavam. Deu pra sentir na hora o bafo de whisky dele, o que me incomodou.
Zahara: Vai embora Renzo, eu disse que não queria mais falar contigo. – disse me afastando dele. Ele chegou mais perto e me olhou nos olhos.
Renzo: Para Zahara, isso que você ta fazendo é falta de consideração. A gente namorou durante dois anos. É impossive você me ver e ainda não sentir nada por mim. – olhei também nos olhos dele, pelos que me apaixonei, eram azuis. Era verdade que eu ainda sentia coisas por ele, depois de dois anos era impossível ainda não sentir, a gente tinha terminado faziam apenas 2 dias. Mas eu não ia descer do salto.
Zahara: Falta de consideração foi o que você fez, Renzo.
Renzo: Eu sei que vacilei ursinha, mas quero me redimir, vai. Vamo comigo lá fora. – me chamar de ursinha, isso sim era apelação. Notei que ele cambaleava um pouco, tava bêbado. Cedi, afinal, ele não ia sossegar até eu aceitar. Então acenei que sim com a cabeça e fui puxando ele lá pra fora, enquanto fazia um sinal pras meninas entenderem.
Zahara: Fala Renzo, te dou 5 min. – disse olhando ele e cruzando os braços.
Renzo: Zahara, vem cá! Eu te amo! – ele com certeza tava bêbado. Segurou meu braço e me puxou pra ele. Zahara: Me solta Renzo. – eu disse puta tentando soltar meu braço das mãos dele.
Renzo: Se rende vai, tu sabe de tudo que eu sinto por você. Foi só um deslize ursinha, eu gosto mesmo é de você. – ele apertou mais meu braço entre as mãos e eu tentei me afastar. Não tava reconhecendo ele, Renzo nunca foi de fazer essas coisas.
Zahara: Não me interessa. Me solta ou essa conversa vai acabar aqui! Ta machucando!! – eu disse ainda tentando me soltar. Ele riu alto e tentou me beijar. – Aaaaaaah, me solta! – eu gritei e as pessoas que passavam olharam. Eu me sacudi e ouvi alguém gritar.
XXX: Solta ela! – quando vi Renzo tava no chão. Meu braço tava vermelho e meu coração batia forte. Era deprimente ver ele daquele jeito, meus olhos se encheram de lágrimas mas eu não ia dar a ele o luxo de me ver chorar. Ele se levantou enquanto eu me afastava, meio desnorteada.
Renzo: Isso não vai ficar assim. A gente ainda vai voltar. – ele disse embolado e saiu pro lado contrário ao que eu estava indo. Ele só podia estar bêbado, se fosse um dia normal, ele não teria deixado as coisas assim. O Renzo que eu conheço não iria embora assim tão fácil.
XXX: Tu ta bem? – era a mesma voz que chegou empurrando o Renzo, era uma voz familiar. Eu me virei pra olhar. A pessoa parecia tão surpresa quanto eu. 
Zahara: Kauê?
Kauê: Zahara? Tu ta bem? – ele disse se aproximando de mim e colocando a mão envolta da minha cintura ao perceber que eu ainda tava chocada.
Zahara: O que você ta fazendo aqui? – parei de andar e fiquei o olhando. Ele tava lindo, de novo.
Kauê: Os muleques vieram beber e vim encontrar eles. Você ta precisando de alguma coisa? Quem era aquele? – ele me olhava nos olhos e parecia não entender nada.
Zahara: Era o meu ex. Eu to bem, só quero ir pra casa. – eu ainda tava chocada, meu coração batia rápido. – Só vou entrar, pegar minha bolsa e avisar as meninas, e vou pra casa. Brigada Kuaê. – eu o olhei, não tava conseguindo pensar direito. Continuei andando sem saber direito o que eu tava fazendo. E ele veio atrás de mim.
Kauê: Eu te levo pra casa, aonde tu mora?
Zahara: Não precisa, eu vou sozinha.
Kauê: Sempre na defensiva né? Não vou deixar você ir pra casa sozinha, e assim.
Zahara: Ta, espera aqui fora que eu já volto. – fui entrando, peguei minha bolsa e não achei as meninas. Quando saí o Kauê tava encostado em um carro, de braços cruzados e sorriu ao me ver.
Kauê: Vamo então? – ele disse vindo na minha direção. – Eu já chamei o táxi. – eu ainda tava meio chocada, então só balancei a cabeça. Ele colocou a mão em volta da minha cintura e abriu a porta de trás do táxi. Eu entrei e ele entrou na frente. 
Eu disse o endereço e quando o táxi chegou fui pegar o dinheiro na bolsa mas o Kauê já tava pagando. Saí e esperei ele sair.
Zahara: Como você vai pra casa? – perguntei o olhando.
Kauê: Eu moro duas ruas aqui pra trás. Eu vou andando que não da nada. – eu já tava mais calma, o que seria de mim se ele não tivesse aparecido?
Zahara: Brigada, sério. – eu disse sem graça. – To te devendo uma. – ele deu um risadinha deliciosa e eu sorri.
Kauê: Ta doida? Era o mínimo que eu podia fazer depois de ter quebrado seu celular hoje. Tem certeza que tu ta bem?
Zahara: Tenho. Brigada, de verdade. Vou subir, to cansada. – foi a melhor coisa que pensei em dizer.
Kauê: Ah, ta de boa. – ele deu um sorriso sem graça. Que droga, acho que ele percebeu. – Não esquece do concerto do celular. Eu te ligo. – ele se aproximou e beijou minha testa. Fiquei sem reação na hora, não tava esperando por isso, então sorri.- Boa noite!
Zahara: Boa noite Kauê, brigada de novo. – e sorri. Ele foi andando e fiquei parada por alguns instantes em frente a portaria do prédio. O que tava acontecendo comigo? Eu não sabia mais reagir com os meninos, e era horrível pensar isso.
Então, subi. Mandei uma mensagem pras meninas pra avisar, já que não as tinha encontrado no pub. Deitei na minha cama e me perdi no meio de meus pensamentos. Tanta coisa tinha acontecido em um dia só e eu ainda tentava absorver as informações. Eu não podia deixar me levar pelas emoções, afinal, eu conheci o Kauê hoje. Eu não podia sentir nada por ele a não ser gratidão. Dormi do jeito em que eu estava. 
Kauê narrando:

Enquanto eu andava, coloquei meu fone. As coisas sempre pareciam mais fáceis com o fone no ouvido. Eu tava fudido. Ia ter que trampar pesado nos últimos dias, quebrei um iphone, paguei um táxi e sai pra beber dois dias de um único final de semana. Eu literalmente tava fudido, pedir dinheiro pro meu coroa não ia rolar.. Ela já ajudava tanto; me deu um carro e a ainda me ajudava a pagar o aluguel. A mina não saia da minha cabeça, e isso não podia acontecer. O que uma mina rica ia querer com um pé rapado que nem eu? Além do mais, ela tava com umas treta com o ex e era melhor eu nem me meter nessas parada. Pelo menos eu tinha mais uma desculpa pra vê-la, a parada do celular. Que merda, eu tava fudido mesmo, vou ter pagar. Vou ligar amanhã e chama-la pra fazer alguma coisa durante à tarde, tipo, tomar um sorvete, ou um açaí, que essas coisas não gastam muito dinheiro mesmo, então tava de boa.
Quando me dei conta, já tava na esquina de casa. Subi, tirei a chave de debaixo do tapete, afinal, nem eu nem o Sonic éramos responsáveis o suficiente pra sair com a chave no bolso, e entrei em casa. Ele ainda não tinha chegado, devia estar bebendo com os mulekes. Fui pro meu quarto e deitei na minha cama. Será que eu mando uma mensagem? Tirei o tênis, me joguei na cama, e não, não mandei a mensagem. Bodei ali do jeito que eu tava, com o celular na mão.
Zahara narrando:

Acordei de novo com o sol batendo no meu rosto. Acho que eu tava chegando tão cansada em casa que acabava esquecendo de fechar as cortinas. Percebi que alguém tinha tirado meus acessórios e meu sapato e me coberto. Eu ouvia o barulho da TV lá na sala, mas tava um silêncio agradável. Eu odiava e amava os domingos ao mesmo tempo. Era um dia que sempre fazia um clima bom, era tedioso, mas era o dia que eu e as meninas passávamos o dia inteiro sem fazer nada, só conversando, vendo TV e comendo porcarias. Às vezes a gente alugava algum filme e comprava balinhas fini, a gente chama o domingo de “o dia das namoradas”.
Sentei na cama e peguei meu celular. Eram mais ou menos 11h e tinha uma mensagem da minha mãe dizendo que búzios estava ótimo e que estavam com saudades. Acho que era aquele tipo de mensagem que a gente não precisa responder, sabe? Então saí do quarto, eu ainda vestia meu vestido azul de ontem. A porta do quarto da Mari tava fechada, e a Ju e a Carol estavam sentadas no sofá tomando yogurt. 
Zahara: Bom dia meninas! – eu disse indo em direção a cozinha, eu tava morta de fome.
Carol: Eai amiga, conta! Você pra casa com Renzo? – na hora me veio ele na cabeça, eu tinha esquecido completamente do ocorrido. As meninas deviam estar achando que a gente voltou, porque eu saí com ele do pub.
Zahara: Não! Pirou? – eu disse e na mesma a hora a Mari saiu do quarto. – eu vim embora com o Kauê. No momento em que eu disse isso vi três queixos caírem no chão da minha sala, eu ri. – Gente, história longa e complexa. –peguei um yogurt pra mim e me sentei do lado delas, enquanto a mari de sentada no chão de frente pra gente.
Ju: Como assim amiga, e o Renzo? – ela perguntou supresa. Meu celular tocou no quarto e fui correndo pra pegar. Ouvi elas resmungarem alguma coisa na sala, deviam estar curiosas.
Era um número desconhecido na tela, não tinha ele na minha agenda.
Zahara: Alô?
XXX: Zahara? – meu coração deu três pulinhos ao ouvir aquela voz. 
Fiquei paralisada por alguns instantes.
XXX: Te acordei? – ele disse abaixando a voz.
Zahara: Não, já tava acordada. – eu disse ainda com o coração gelado.
XXX: Sabe quem é né? – ele disse e deu uma risadinha.
Zahara: Sei sim! – eu disse sem graça( é obvio que eu sabia né!), acho que ele percebeu que eu fiquei sem reação. – É que eu não tava esperando você ligar!
Kauê: Ah sim.. – ele disse meio pensando no que ia dizer. – Ta afim de fazer algo hoje? A gente tem que levar seu celular pra concertar né?!
Zahara: É sim! – ai que lindo, ele lembrou, e ainda tava me chamando pra sair. – O que você quer fazer?
Kauê: Po, a gente podia sair pra tomar um sorvete depois do almoço, sei lá, e depois íamos ao shopping, o que acha? – ele me pareceu meio envergonhado, e eu achei fofo.
Zahara: Por mim pode ser!
Kauê: Beleza, eu passo ai lá pras 3h!
Zahara: Kauê, será que a gente podia ir andando? – perguntei meio apreensiva, não sei o que ele acharia.
Kauê: Topo de boa! – ele disse animado, e me senti aliviada. – To ai em baixo as 3h!
Zahara: Ta bom!! Beijo!
Kauê: Beijo.
Eu desliguei a ligação, sorrindo, e as meninas me gritavam na sala.
Carol: Quem era? – ela disse enquanto eu voltava pra sala.
Ju: O que queria?
Mari: Porque você ta sorrindo desse jeito?
Zahara: Que tipo de interrogatório é esse? – eu disse rindo e me sentando no sofá.
Ju: Ué, você deixou a gente curiosa!
Mari: Verdade Zahara, você tem muita coisa pra nos contar! – ela disse se fingindo de má, e todas rimos.
Então contei pra elas do que tinha acontecido quando eu sai do pub com Renzo, de quando o Kauê apareceu e me levou pra casa, e da ligação que tinha acabado de acontecer. A Mari e a Carol ficaram super animadas por mim, e a Ju, por mais que não gostasse ainda fez uma forcinha pra apoiar. Ela sempre foi mais conservadora, gostava dos meninos certinhos e mauricinhos, por isso sempre apoiou meu namoro com Renzo. Era chato esse lado um pouco preconceituoso que ela tinha, mas com o tempo a gente passou a respeitar, assim como ela respeitava a gente. Ela insistiu que o Renzo só agiu daquela maneira, no pub ontem, por causa da bebida, que ele me amava de verdade e por estar sem mim, meio que perdeu a cabeça. Ela acreditava também que meus sentimentos por ele nunca iam mudar e que eu tava usando o Kauê como um refugio, porque tava chateada com o Renzo.
Achei tudo uma grande besteira, afinal eu sabia o que tava sentindo. Mas era o jeito da Ju e eu já tinha aprendido a conviver. A Mari, entretanto, ficava indignada com a Ju. Ela me apoiava até o fim e tinha certeza que ia rolar algo entre mim e o Kauê. E a Carol se mostrou neutra, disse que ia apoiar as minhas decisões, desde que eu estivesse feliz. Guardei as três opiniões pra mim, talvez alguma delas fosse me ajudar alguma hora. Passamos o resto da manhã todo conversando. Nenhuma de nós tinha nada pra fazer e estávamos com preguiça demais pra pensar em algo. Pedimos o almoço, a Déia não trabalhava nos finais de semana, e a gente nunca tava afim de cozinhar. Enquanto almoçávamos, assistimos ao filme “Os intocáveis” e quando me dei conta já eram 2h. Fui pro meu quarto e tomei um banho rápido. Coloquei um vestidinho florido, calcei uma rasteirinha e peguei uma bolsa pequena, daquelas que ficam penduradinhas no ombro. Fiz uma make bem simples, afinal, tava de dia e eu não queria que ele achasse que eu era muito de me produzir, porque eu não era mesmo. Me perfumei, guardei o cartão de crédito e o dinheiro dentro da bolsa. Peguei meu celular, eram 3h10min. Fui pra sala ficar mais um pouco com as meninas, enquanto ele não chegava. E então, alguns minutos depois, recebi uma mensagem: ”To aqui em baixo.” Ai eu percebi que tava ansiosa.
Desci e ele tava encostado em um carro, com o fone no ouvido e olhando pro lado. Ele tava com uma bermuda preta meio caída, uma blusa azul clara com uns desenhos do mar, o cabelo cor de mel tava bagunçado e calçava havaianas branca. Ele não tinha me notado até eu fechar o portão da portaria, que fez barulho. Ele me olhou, sorriu e tirou o fone passando eles por trás do pescoço. Então, veio até mim e me deu um beijo no rosto, ele tava cheiroso.
Kauê: Eaí Za! – ele disse com um sorriso brincalhão no rosto. – Vamos?
Zahara: Vamos! – eu disse sorrindo e começando a caminhar ao lado dele.
Kauê: Porque quis vir andando?
Zahara: Ah, não sei.. Eu amo caminhar aqui pelo Leblon, quase nunca faço isso. E hoje ta um dia lindo!
Kauê: Ah, boto fé.. – ele disse sorrindo. – Já eu, caminho isso aqui quase todo dia.
Zahara: É uma delicia né?! – eu perguntei meio sem saber porque, eu tava sem assunto.
Kauê: É sim! – ele disse parando. – Chegamos aonde eu queria. Vai querer de quê? – ele perguntou me olhando. A gente tinha chegado na Sorvetes Itália, fazia anos que eu não tomava um sorvete ali. Quando eu morava com meus pais, a gente vinha aqui direto e eu sempre pedia um picolé de tangerina. Bateu uma nostalgia enorme naquela hora, eu amava aquele lugar.
Zahara: Meu Deus, eu amo esse lugar! – eu disse sorrindo. – Vou querer um picolé de tangerina.
Kauê: Mentira que tu gosta do de tangerina. É o que eu sempre peço! – ele disse dando uma risadinha gostosa. – Senta aí que eu já volto.
Eu me sentei em um daqueles bancos de madeira enquanto ele ia pegar os picolés. Fazia tempo que não fazia um programinha light como esse. Caminhar pelo Leblon e tomar sorvete sem mais preocupações, sem precisar me produzir inteira pra sair. Renzo só gostava de andar de carro, comer em restaurantes finos aonde todas as pessoas ricas da cidade iam, e se você estivesse mal arrumada, virava o comentário da galera. Bateu uma tristeza ao pensar nele.

Então o Kauê veio com os picolés, me entregou o meu e se sentou do meu lado.
Zahara: Brigada! – eu disse sem graça só agora me tocando que não me ofereci pra pagar, ai que coisa feia!
Kauê:Que isso.. – ele tinha esse sorriso brincalhão no rosto que era lindo. – Mas fala ae, o que tu faz?
Zahara: Faço arquitetura. – engraçado, a gente ainda nem se conhecia direito! – E você?
Kauê: Desing gráfico, e to trampando numa loja no shopping Leblon.
Zahara: E nas horas vagas atropela as meninas na praia né? – eu ri e ele também.
Kauê: Iá, ta me tirando? Foi sem querer, juro.. – ele disse rindo. – Tu vai direto na praia?
Zahara: Quase todos os sábados, com minhas amigas. Dependendo o que a gente fizer na sexta. – eu disse dando a última mordida no meu picolé, ele já tinha acabado o dele.
Kauê: Ah sim, boto fé.. Mas, e as tretas com seu ex, ta resolvido? – ele perguntou meio sem jeito. E eu percebi que tinha esquecido completamente dele depois que o Kauê veio coms picolés.
Zahara: Não falei mais com ele depois daquilo, e não pretendo falar. Tem certeza que quer falar do meu ex?
Kauê: Não! – ele disse dando uma risadinha. – Mas eu pego ele na porrada se acontecer de novo. – eu ri e ele também.
Zahara: Até parece! Você só deu um empurrãozinho nele, e ele só caiu porque tava bêbado, ok?
Kauê: Iáaaa, se ta me tirando né? – ele disse rindo. – Ta sendo ingrata, falou? Vou deixar ele fazer o que quiser contigo, da próxima.
Zahara: Não! Tava brincando! Brigada, sério..
Kauê: Ta de boa, nega.. Vamo? – ele disse me levantando pela mão.