Continuação...
Eu me aproximei dele e nós nos beijamos.
Maurício: Para. – Ele me afastou. – Eu penso em você sim, e muito! Era isso que você queria ouvir? Você sabe que eu to louco por você e que eu não consigo me controlar quando você tá perto, eu te desejo a cada minuto do meu dia! Eu não sei o que você fez comigo, mas, nunca, mulher nenhuma conseguiu me prender, me deixar tão envolvido assim em tão pouco tempo. Você faz ideia do quão torturante é pra mim te ver e ter que fingir que não te conheço? Então, por favor, para de agir e de me julgar como se isso fosse uma escolha minha! Você sabe quantos problemas nós teríamos se esse caso vazasse? Eu perderia o meu emprego, eu poderia ser processado por assédio, ou você acha que alguém acreditaria que isso começou fora do colégio? Fora a humilhação que você passaria, sendo rotulada como “a garota que seduziu um professor”. Esquece o que aconteceu, vai ser melhor pra todo mundo.
Uma lágrima escorreu dos meus olhos.
Maurício: Eu não devia ter te beijado ontem, eu não devia ter te mandado aquela mensagem... Desculpa.
Juliana: Tudo bem.
Eu dei um sorriso forçado e desci do carro.
Maurício: Espera... eu te levo em casa.
Juliana: Não precisa.
Eu dei as costas e fui andando. Por um lado eu estava chateada, mas por outro eu entendia a gravidade da situação, era um mix de sensações que me corroíam por dentro.
Eu cheguei em casa, tomei um banho e vesti um short jeans escuro curtinho e uma blusa tomara-que-caia estampada, almocei e fui revisar algumas coisas do colégio. Às 4h eu fui pra academia e retornei às 6h, tomei outro banho e coloquei a roupa que eu estava mais cedo. Fui pro PC, e como não tinha nada de bom eu fui pra casa da Dani, mas a mãe dela disse que ela tinha saído com o Caio.
Juliana: Que legal! Agora esses dois vão me deixar de lado! – Eu disse resmungando pelo caminho.
Voltei pra casa e fiquei vendo televisão. Um tempo depois meus pais chegaram.
Joana: Oi querida.
Juliana: Oi mãe.
Carlos: O Caio já chegou?
Juliana: Saiu com a Dani.
Joana: E por que você não foi com eles?
Juliana: Porque eles não me chamaram, e mesmo se tivessem chamado eu não iria. Ninguém merece ficar de vela né!
Carlos: Vela por quê? Eles estão namorando?
Juliana: Quase isso.
Joana: Faço gosto, a Danielle é uma menina muito boa.
Carlos: É. Nós vamos subir querida, já vamos nos deitar.
Juliana: Tá bom, boa noite.
Eles subiram e eu continuei assistindo televisão. Um tempo depois o Caio chegou. Eu fiz um lanche com ele e subi. Vesti meu baby-doll e fui dormir.
Acordei no dia seguinte às 6h, como de costume. Tomei um banho, vesti uma calça jeans escura bem justinha, a blusa do uniforme e calcei havaianas mesmo, foda-se. Deixei o cabelo solto, passei um rímel incolor, peguei minha mochila e desci. Comi um pedaço de mamão e fui para o colégio com a Dani. Passei pelo Maurício e fingi que nem o vi, entrei na sala e as aulas passaram rapidamente, a aula dele foi a última. O sinal tocou e os alunos começaram a sair da sala, eu demorei pra pegar minhas coisas e acabei ficando sozinha com ele na sala.
Maurício: E aí? Tudo bem.
Juliana: Tudo ótimo.
Maurício: Você evitou olhar pra mim a aula inteira...
Juliana: Impressão sua.
Maurício: Sei... Tudo bem entre a gente né?
Juliana: Claro professor, por que não estaria?
Maurício: Você pode me chamar de Ma...
Eu o interrompi.
Juliana: Não fica bem uma aluna chamar um professor pelo nome. Não é essa a nossa relação? Professor e aluna?
Ele ficou em silêncio.
Juliana: Tenha um bom dia, professor.
Peguei minha mochila e saí da sala.
Eu fiquei me sentindo mal pela maneira como o tratei, mas, era melhor assim. Eu não aguentaria ficar fingindo que nada havia acontecido! Era melhor manter distância. Fui pra casa e dormi a tarde toda.
Uma semana se passou, e o clima entre eu e o Maurício só foi ficando mais frio! Eu cheguei a pensar em trocar de colégio, mas meus pais iriam querer saber o motivo, iam ficar me enchendo, então descartei essa possibilidade.
Era uma segunda feira, eu acordei às 6h como de costume. Tomei um banho, vesti uma calça jeans escura bem justa, a blusa do uniforme e um Vans rosa. Deixei o cabelo solto, joguei ele todo pra trás e coloquei um arco de lacinho. Passei rímel incolor e coloquei minhas pulseiras, relógio, e um brinquinho de pérola. Olhei no espelho e estava muito meiguinha, hihi *-* Fazia uns dias que eu estava indo pro colégio feito um mulambo, então decidi me arrumar um pouquinho. A Dani tinha me avisado que não iria pro colégio, aí fui sozinha mesmo.
Cheguei e fui direto pra sala. A aula do Maurício foi a última. Ele deu a aula dele, o sinal finalmente bateu e eu comecei a guardar minhas coisas. Já estava quase saindo da sala quando um menino passou correndo e derrubou minha mochila, minhas coisas se espalharam pelo chão... O Maurício se aproximou e rapidamente me ajudou a pegar meus livros.
Juliana: Obrigada.
Maurício: De nada.
Eu coloquei minhas coisas de volta na mochila. Olhei em volta e estávamos sozinhos na sala. Ele me olhava fixamente.
Juliana: Que foi?
Maurício: Nada.
Juliana: É... Até amanhã então.
Maurício: Espera... – Ele segurou meu braço.
Eu virei pra ele e ele foi se aproximando lentamente, eu já podia sentir sua respiração quando ele finalmente me beijou. Eu pus as mãos na sua nuca e ele cruzou os braços em minhas costas. Ele foi me guiando até a porta até que encostamos nela. Ele prensou mais meu corpo contra o dele e eu estremeci, eu senti minha pele se arrepiar, o meu sangue ferver... Só nos soltamos quando já estávamos sem fôlego.
Maurício: Eu sou um idiota, eu não sei se por gostar de você ou por estar fugindo disso. Eu tentei te esquecer, tentei deixar pra lá, mas não deu! Eu to louco por você, eu não estou mais conseguindo me controlar, eu sinto meu corpo estremecer toda vez que você chega perto! Não tem um minuto sequer do meu dia em que eu não pense em você! Eu chego a sentir o gosto dos seus beijos, o cheiro do seu perfume, eu to enlouquecendo! Eu preciso de você aqui, assim, coladinha comigo. Eu quero você pra mim, não importa se vai ser arriscado, se é errado... Eu não quero nem saber, eu só sei que eu preciso de você, do seu corpo, dos seus beijos... – Ele dizia meio que sussurrando e aquilo me causava arrepios.
Juliana: Isso quer dizer que...
Maurício: Quer dizer que eu quero ficar com você e dane-se o resto.
Eu sorri. Ele entrelaçou sua mão na minha e me beijou.
Ele entrelaçou sua mão na minha e me beijou.
Maurício: É melhor a gente sair daqui, antes que alguém apareça.
Juliana: É.
Maurício: Me espera no estacionamento, eu só vou bater o cartão.
Juliana: Ok.
Quando eu ia saindo, ele me puxou e me deu outro beijo.
Eu fui pro estacionamento e logo ele apareceu. Ele me deixou na frente de casa, ficamos por um bom tempo trocando beijos e carícias no carro.
Juliana: Eu preciso entrar.
Maurício: Tá bom.
Juliana: Maurício, isso é sério ou amanhã você vai fingir que nada aconteceu e vai me mandar te esquecer?
Maurício: É mais que sério.
Ele me beijou.
Maurício: Mais tarde eu te ligo.
Juliana: Tá bom.
Dei um selinho nele e entrei.
Quando entrei em casa, vi o Caio e a Dani se pegando no sofá.
Juliana: Você não tem quarto não?
Ele jogou uma almofada em mim, eu joguei de volta e subi. Eu me joguei na cama e fiquei pensando no Maurício, aaaah *-*
Ás 5:30h eu fui pra academia, quando estava saindo de lá, às 19h, o Maurício me ligou.
– Ligação Iniciada –
Juliana: Oi (:
Maurício: Você tá ocupada?
Juliana: Não, tô saindo da academia.
Maurício: Tô querendo te ver, eu posso te buscar?
Juliana: Pode, claro.
– Eu expliquei o endereço a ele –
Maurício: Então tá. Em 5 minutos eu tô aí.
Juliana: Tá bom.
Maurício: Beijo.
Juliana: Outro.
– Ligação Finalizada –
Fiquei na porta da academia e logo ele apareceu. Eu entrei no carro, ele tentou me abraçar, mas eu o afastei.
Juliana: Eu to toda suada.
Maurício: Poxa.
Juliana: Vamos passar lá em casa? Eu tomo um banho rapidinho e a gente vai dar uma volta, pode ser?
Maurício: Tá.
Ele parou na frente do meu condomínio.
Maurício: Não demora.
Juliana: Vem comigo?
Maurício: Melhor não. Vai lá, eu te espero aqui.
Juliana: Não tem ninguém em casa, vem. Não vou te deixar aqui me esperando.
Maurício: Então tá né.
Nós entramos e fomos pro meu quarto.
Juliana: Não demoro, prometo.
Ele sorriu e eu entrei no banheiro. Tomei meu banho, dei uma lavada rápida nos cabelos e me sequei. Vesti uma regatinha branca e uma saia de babado estampada curtinha, calcei minhas havaianas, joguei o cabelo pra trás e coloquei um arco.
Juliana: Vamos?
Maurício: Vamos. – Ele se aproximou – Você tá cheirosa demais.
Ele me encostou na parede e segurou firme minha cintura.
Juliana: Eu nem acredito que você tá aqui.
Ele sorriu e me beijou. Eu envolvi meus braços no seu pescoço e ele prensou mais seu corpo contra o meu. Eu deslizei as unhas pela sua nuca e ele foi descendo os beijos pro pescoço. Eu comecei a sentir um volume na calça do Maurício. Ele rapidamente me soltou.
Maurício: Desculpa. É que... É instinto, não dá pra controlar.
Juliana: Tudo bem, eu entendo.
Nós nos olhamos meio sem graça por um tempo.
Maurício: Vamos?
Juliana: Vamos, claro.
Ele me deu a mão e nós descemos. Fomos em silêncio até o carro e assim permanecemos até que...
Maurício: Desculpa de novo pelo que aconteceu... Eu não quero te deixar com uma impressão errada de mim. Olha, eu te respeito muito e quero que você saiba disso.
Juliana: Eu sei, eu não estou com nenhuma impressão errada de você, pode ficar tranquilo. Você ficou excitado, acontece... Como você mesmo disse não dá pra controlar.
Ele sorriu.
Juliana: Você sente tesão por mim, na verdade, eu devia tomar isso como uma coisa positiva, não é mesmo? – Eu disse em tom de brincadeira.
Nós rimos.
Juliana: Sério, relaxa.
Ele acariciou minha mão e parou o carro. Estávamos numa praça, meio deserta. O Maurício se sentou num dos bancos e me puxou pro colo dele. Ficamos por um bom tempo trocando beijos.
Juliana: Me fala mais sobre você?
Maurício: Bom, eu tenho 27 anos, sou formado em Letras pela UFRJ, fiz aniversário no dia em que nos conhecemos, moro no Rio há 19 anos...
Juliana: Sabia que você não era carioca.
Maurício: Eu ainda tenho sotaque, embora tenha frequentado fonoaudiólogo por anos pra perdê-lo.
Juliana: Por quê?
Maurício: Eu sou de Porto Alegre, e cê sabe como sotaque de gaúcho é puxado né... E pra um professor de Língua Portuguesa é complicado chegar numa sala de aula no Rio falando “mas bah”; “tri legal tchê”, etc. Eu tenho que tá sempre me policiando, pra não mandar um “tu vais” no meio da aula, o que acabaria confundido os alunos... Mas quando eu preciso falar rápido ou estou nervoso eu ainda deixo escapulir algumas coisas...
Juliana: Você conseguiu mudar o vocabulário, mas o sotaque gaúcho continua.
Maurício: É, acho que isso eu nunca vou perder.
Juliana: Tomara que não, eu acho muito charmoso.
Ele riu e me beijou.
