11 abril 2011

ah,o meu papai (6'




Ficamos ali conversando sobre a vida dele, toda vez que ele perguntava algo sobre mim, eu desviava o assunto. Ele tinha 20 anos, trabalha lá no edifício e fazia faculdade de Ed. Física. Ia se formar ano que vem. Morava com sua mãe e sua irmã.
Olhei no celular, já ia dar meio dia, estava ali com ele há um bom tempo já.

Marcela: É, tenho que ir, to com muita fome – sorriso torto.

Matheus: Até amanhã.

Marcela: Até. Foi bom conversar com você.

Matheus: Disponha.

Marcela: Você é sempre tão educado assim?

Matheus: É por causa do trabalho, acostuma né? – sorriu. Ele tinha um sorriso muito bonito, reparei.

Marcela: - fiz que sim com a cabeça. Dei tchau e sai.

Cheguei em casa, senti cheiro de comida, comida que fazia muito tempo que eu não comia. Comida da minha mãe. Estava indo até a cozinha, quando lembrei que minha mãe não queria me ver, senti uma angustia, sentei no sofá abaixei a cabeça e comecei a chorar. Senti alguém se aproximando para perto de mim, passou as mãos em meu cabelo, [minha barriga gelou], logicamente seria minha mãe, ela levantou minha cabeça, sentou do meu lado:

Ludmila: Marcela.. Eu.. Queria.. Te pedir desculpa.

Fiquei olhando pra ela, com os olhos cheios de lágrimas. Minha mãe ainda possuía o olhar triste, mas conformado.

Ludmila: Você não tem culpa do que aconteceu, até certo ponto tem sim, mas o maior culpado é o Rodrigo. Você é minha filha, eu tenho a obrigação de te perdoar. Por isso eu te trouxe pra cá, pra recomeçarmos nossas vidas longe do passado. E eu fiquei satisfeita que você quis vir comigo, por que de uma forma ou de outra eu iria te trazer.



mini post.
Marcela: E o passado mãe? Como eu vou esquecer tudo o que fiz? – disse chorando ainda mais.

Ludmila:Esquecer o que aconteceu é impossível, mas eu te perdoou minha filha! Vamos recomeçar nossas vidas, eu vou ser a mãe que nunca fui, vou ficar aqui com você, sempre com você meu amor. Eu te amo amorzinho – me abraçou, me deu muitos beijos no rosto.

Marcela: Me perdoa mãezinha?!

Ludmila: Sim meu amor, sim!

Ficamos no sofá, abraçadas, alguns minutos.

Ludmila: Vamos almoçar? A comida já está pronta, e depois vamos te matricular em alguma escola aqui perto. Vida nova minha filha, vida nova!



Eu nem podia acreditar, era bom de mais pra ser verdade, minha mãe ali comigo.
Almoçamos, e fomos a uma escola próxima. Minha mãe já tinha pegado o histórico na minha antiga escola, lá em Sampa. Fizemos a matricula, a aula começaria já na próxima segunda, confesso que fiquei um pouco ansiosa, porém com certo receio, pois iria entrar no meio do ano e não conhecia ninguém. Mas enfim, recomeçar né?
Passamos o resto do dia juntas, nos conhecendo mais, pois eu nunca tive momentos assim com minha mãe, eu estava adorando, e ela também pelo que percebi.

Ludmila: Esse tropa de elite 2 é melhor que o primeiro, não acha? – disse minha mãe abrindo a porta do apartamento.

Marcela: Concerteza, é até emocionante. – sorri.

Ludmila: Amanhã, o que acha de irmos à praia?

Marcela: Opá!De boa, gostei da ideia. – sentei no sofá – Mãe, eu te amo tanto.

Ludmila: Eu também te amo meu bem – disse ela se sentando ao meu lado. E me dando um beijo carinhoso na testa.



Domingo:

Acordei com minha me balançando na cama.

Ludmila: Filha, vamos pra praia? Já vai dar 11:00.

Marcela: Vamos sim. Vou me trocar – disse sonolenta.

Tomei um banho frio pra despertar, peguei meu melhor biquine, azul com detalhes brancos, coloquei um vestidinho tomara que caia azul, meu óculos escuros, passei uma batonzinho. Fui ao quarto de minha mãe. Cheguei ela estava trocando de roupa, fiquei na porta admirando. Mamãe tinha uma corpo perfeito pros seus 36 anos. Ela concerteza era a mulher mais linda que eu já vi em toda a minha vida. E além de linda era meiga, simpática, decidida, carismática, sensível. Meu pai concerteza foi um idiota de ter perdido ela, e eu me sentia muito culpada por isso.



Ludmila: Ah minha filha, você ta ai. Já estou indo, vou pegar minha bolsa.

Marcela: Te espero lá fora.

Fui em direção à porta, assim que sai a porta do apartamento vizinho se abriu. Olhei de relance.

xxx: Bom dia. – disse um homem muito lindo saindo da porta.

Marcela: Bom dia. – sorri.

xxx: Nova aqui?

Marcela: Sim, me mudei e cheguei ontem.

xxx: Bem vinda, prazer meu nome é Olavo. – estendeu a mão.

Marcela: Prazer, Marcela – apertei sua mão.

Olavo: Até mais, - se virou e entrou no elevador.

Marcela: Até.

Ludmila: Hum, quem é? – passando pela porta disse ela sorrindo com ar de ironia.

Marcela: Nosso vizinho - respondi.

Ludmila: Atá.

Sorri e entrei logo atrás, ficamos junto com Olavo, apresentei minha mãe a ele. Assim que chegamos lá em baixo, Matheus estava esperando o elevador com malas na mão.

Marcela: Bom dia Matheus. – sorri.

Ele fez que sim com a cabeça e entrou no elevador. Fiquei meio sem graça.
Pegamos um táxi. Minha mãe chamo Olavo pra ir conosco, ele era muito legal, tinha 38 anos, e eu jurava que ele era da casa dos 20. Passamos o dia na praia, almoçamos por la. Nos divertimos muito.

Marcela: Olavo ficou caidinho por ti. – falei sentando no sofá.

Ludmila: Ele é muito legal né?

Marcela: Um gato você quer dizer?

Ludmila: Olha o respeito menina – disse ela sorrindo.

Marcela: Vai dizer que não é? – disse levantando e subindo as escadas.

Tomei um banho e resolvi ligar o computador.




Entrei no Orkut, não tinha ninguém pra aceitar, mas havia muitos recados e um depoimento:

Larrissa: Amiga, por que você foi embora? Em? Não me deixa sozinha, volta pra cá. Sinto muito a sua falta, longe ou perto você sempre será minha melhor amiga. Eu te amo s2

Quase chorei lendo isso. Então mandei pra ela:

Amiga, aconteceram coisas muito ruins, daí minha mãe quis se mudar pro Rio, vou te falar o que aconteceu. [expliquei tudo]. Então foi isso, minha mãe quer zerar e recomeçar, e eu estou gostando daqui, mas também sinto sua falta amiga, te amo, pra sempre minha melhor amiga.
Não aceita (:

Respondi os recados, dizendo que meus pais se separam, mas não expliquei o porquê, claro. Entrei no MSN, subiram muitas janelinhas, mas dei atenção a uma em especial:

Bruno diz:
Gatinha, por que foi embora? :/

Marcela :* diz:
Meus pais se separam daí minha mãe resolveu se mudar pro rio.

Bruno diz:
Vou sentir sua falta..

Marcela :* diz:
Eu também vou sentir a sua Bruninho, vou mesmo. Mas foi melhor assim.

Bruno diz:
Sei.. Mas é isso né, boa sorte com a nova vida.

Marcela :* diz:
Obrigada, vou precisar. Vou sair aqui, ainda são 19:00 e eu já estou muito, muito cansada. RS. Obrigada por tudo mesmo.

Bruno diz:
Conte sempre comigo. Beijos. Tchau.

Marcela :* diz:
Tchau amor.

Sai, e me deitei, fiquei pensando e logo Matheus me veio à cabeça, por que será que ele me trato daquela forma lá no elevador? Será que ele não gostou de conversar comigo? Acabei pegando no sono.



Segunda feira:

Acordei com o despertador tocando We no Speak Americano. Eram 6:00 da manhã. Tomei um banho, sequei o cabelo, coloquei uma calça jeans bem coladinha e a blusa do uniforme, meu all star branco, uma make muito leve. Peguei minha mochila e desci. Estava com muita fome, afinal não jantei na noite anterior. Minha mãe estava na mesa.

Ludmila: Bom dia amorzinho.

Marcela: Bom dia mãezinha. Vai sair?

Ludmila: Preciso de um emprego né? Olavo me disse que tem uma academia de dança aqui perto, vou ver se consigo.Ele vai me levar lá, e com o meu currículo é fácil – disse ela colocando café pra mim.

Marcela: Olavo né? – sorri. – boa sorte.

Ludmila: Obrigada, boa sorte na nova escola.

Tomamos café, logo a campainha toco, era Olavo. Peguei uma carona com ele até a escola e eles foram até a tal academia.
Todos me olhava, fiquei um pouco sem graça. Uma mulher chegou até mim:

xxx: Bom dia, meu nome é Vânia, sou a inspetora, você é a Alina nova do segundo ano, certo? – disse com um belo sorriso no rosto.

Marcela: Bom dia, sou sim, Marcela.

Vânia: Vou te levar a sua sala.

Ela foi andando e eu fui atrás dela, o colégio era muito grande, as pessoas me pareciam legais, ou não né. Era todo mundo muito estiloso, garotos bonitos, meninas bonitas. Me senti um pouco destacada, afinal eu estava sozinha, pra não dizer sozinha estava com a Vânia, chegamos a uma sala muito grande.

Vânia: Essa é a sua sala. Seja bem vinda ao colégio São José.

Marcela: Obrigada – disse entrando na sala...