04 março 2011

[[ Fic Hot ]] All I ever wanted

 

 

Capitulo 2
Uma visitinha indesejável


Senti o sol queimar meu rosto. Abri os olhos devagar me espreguiçando, tentando aplacar a dor no corpo que eu estava.
Alice se materializou do nada e pulou em cima de mim, o ar fugiu de meus pulmões e um alto gemido saiu da minha boca.
-Aff Tayler, que bafo! – ela se sentou fazendo careta.
- Bom dia pra você também!– disse num mau humor já prevendo um dia do cão.
- A galera e eu vamos à cidade, quer vir junto? – disse dando pulinhos.
-Poxa Alice, a essa hora da manha e você nesse entusiasmo todo?- me deitei novamente– eu quero dormir.
- Manhã? – me olhou espantada - Esse sol que te queima maninho, é o das três da tarde.
- Como assim da tarde, eu dormi tudo isso? PQP porquê ninguém me chamou? Perdi o dia todo droga!
Levantei chateado vendo o povo se meter dentro dos carros acenando pro goiaba com cara de bunda parado na janela e irem pra cidade. Eu com o humor que estava, preferi recusar o convite.
Fui ate a geladeira e peguei o suco de laranja. Procurava um copo quando a usurpadora de camas alheias apareceu na porta da cozinha, vestindo um micro biquíni vermelho com bordados dourados. Veio andando devagar se sentando na minha frente. Tentei prestar atenção no copo o enchendo com o suco, ela provocadora já foi tirando o copo das minhas mãos.
 
- A cama tinha espaço, não deitou porquê não quis. - disse antes de tomar meu suco. Me devolveu o copo vazio e na sua boca tinha gotas do mesmo, ela passou a língua como quem não quer nada e deu um tchauzinho saindo pela porta ate a varanda.Balancei a cabeça e fui me trocar. Queria ir pra praia e aproveitar o que me sobrava do dia, esquecer a péssima noite e tentar falar com Alice sobre um lugar que ela, ou eu, pudesse ficar. E de preferência um longe do outro.
Tomei um banho relaxante, enrolei a toalha na cintura e fui ate a mochila procurar a minha sunga.Um grito horroroso veio da sala e sem pensar corri ate lá,
- o que foi, porquê ta gritando? – cheguei na sala atropelando as coisas pelo caminho.
Dany estava mais branca que papel em cima da mesa de centro da sala, com os olhos encobertos pelas mãos.Procurei pela sala para ver se encontrava o motivo dela estar assim e nada vi.
- Por que tá assim Dany, o que aconteceu?-
- Ai Tay ,– choramingou – essa coisa asquerosa ta me perseguindo desde a cozinha.
- Que coisa?
- Esse ser maligno que ta olhando pra gente agora. – ela tremia sobre a mesa que, não sabia como, ainda suportava seu peso.
- Hãn? – eu não estava entendendo nada – Do que você ta falando Dany?
- Esse bicho nojento em cima do tapete!
- Tira as mãos dos olhos e me mostra onde esta o bicho que eu não to vendo –
- Ali olha!– ela tirou uma mão do olho localizando o ser “nefasto” de que tanto tinha medo. É rir pra não chorar...
- Só pode ser brincadeira! – bufei.

Uma baratinha minúscula estava em cima do tapete e ela estava completamente apavorada com o pequeno animal.
- Eu não to vendo graça pra brincadeiras Tayler! – olhava de mim para o bichinho como se ele fosse pular nela a qualquer momento.
- Desce daí que eu mato ela – falei com os braços cruzados.
- Mas neeeeeeem morta que eu desço Tay. Olha o bicho me olhando,– ela me apontava a baratinha – ta tramando alguma coisa, eu sei que ta!olha só a cara dela.
- Com certeza ta bolando uma idéia de como voltar a ouvir – disse debochando dela.
- Engraçadinho! –
-O bichinho é minúsculo Dany – apontei o inseto que estava parado sobre o tapete – Você é um zilhão de vezes maior que ela.
- Ta me chamando de gorda?
- To te chamando de surtada!
- Mata ela Tay, mata! – ela já sapateava na mesinha quando a barata caminhou um pouco.
Chegava a ser hilário o desespero dela quando a baratinha indefesa se aproximou do pé da mesinha, e confesso que queria ver o que faria se ela realmente começasse a subir por ele.
- Vai descer daí se eu matar? – perguntei já procurando uma revista ou um jornal.
- Se matar e a jogar fora eu vou. - ela olhava tão espantada a barata que ate pensei em ser maldoso e voltar pra por a sunga primeiro, mas não deu tempo. O inseto voou e justo em direção dela que soltou um grito ensurdecedor. A mesinha não agüentou e virou, e em um reflexo eu a segurei nos braços, mas como eu sou um homem de sorte (ironia mode on ) a toalha me abandonou.
- Não me diga que... – ela começou.
- Escolhe: a barata ou a toalha. – disse sem graça.
- Se vira! Eu não desço no chão nem que me mate. – isso era uma opçao?
- Eu não posso matar a barata pelado Dany!!
- E eu não posso descer no chão ate ver esse monstro descendo pela descarga do banheiro,– se apertou em meu pescoço – esmagada e sem chances de se levantar e correr atrás de mim.
- Que drama!
- Repara nas anteninhas dela Tay...– me fitou com um olhar de psicopata –Sempre apontada pro alvo que ela escolhe, talvez imaginando quantas doenças ela pode passar antes de se enfiar em algum lugar.
- Ta. – balancei a cabeça – Você ta me dando medo agora!Deve ter fumado alguma coisa estragada.
- Besta!
- Escuta, eu te levo ate a cozinha e volto pra matar a barata. – propus
- Nem pensar!Quero ver essa delinqüente morta! – me olhou indignada.
- Eu vou matar sua louca.
- Então começa.
- Mas com você no colo não tem como Dany – tentei a por no chão, mas fui quase estrangulado pelos seus braços.
-NÃOOOOOO - aquilo já estava me cansando.
-Eu preciso da minha toalha.
-Dá um jeito,– ela simplesmente disse – só não me coloca no chão com esse bicho ai.
Com ela nos braços tentei alcançar a toalha no chão, mas não dava. A garota apertava tanto o meu pescoço que achei que ia morrer asfixiado. Enrosquei o pé na toalha e a joguei pra cima. Dany a pegou segurando junto ao peito. O coitado do inseto entrou embaixo do sofá, pelo menos foi isso o que achamos, e pra conferir abaixei pra olhar.
- Tá vendo ela? – Dany falou sussurrando.
- Não e você? – respondi da mesma forma.
- Abaixa mais que eu dou um jeito.
- Tá achando que é fácil com você arrancando o coro do meu pescoço é? – por que a gente ta sussurrando mesmo?
Um pigarro foi dado surpreendendo nós dois. Me virei pra ver quem era e dei de cara com a esposa do tiozinho me olhando espantada, acompanhada pelos meus amigos que tinham voltado para conferir se não tinha mudado de idéia sobre o passeio. Soltei a Dany que se estatelou no chão, e mais que depressa ficou em pé me olhando feio. Só então notei o que a Tiazinha olhava com uma cara nada amistosa.
Junto ao peito dela estava a minha toalha e eu completamente nu, segurei forte na cintura dela e a coloquei em minha frente. Ela deu uma olhadinha pra baixo e mais vermelha que eu embocou um sorriso.
- Não se anima Dany. – ela gargalhou.
- Relaxa Tay, eu não to pensando nada demais. – mas se calou logo depois, assim que um ser pipocante abriu caminho entre eles. – ainda.
A olhei confuso, por que será que esse “ainda” não me soou legal?!
- Que bonito em Tayler! – me repreendeu Alice com as mãos na cintura – Agora entendi o porquê nenhum dos dois queria ir ate a cidade.
- Não Alice, esper... – tentei explicar, mas ela nem deu bola. Foi saindo e empurrando o povo pra fora com ela.
- Vamos galera, deixem esses depravados ai.
Lá se vai a minha chance de conseguir separação de quartos.
- Quando tempo eu vou ficar... – olhou pra baixo. Meu corpo estava mais que colado ao dela – humm, assim Tay ?
- Só o tempo de me devolver a toalha. – falei sem graça.
- Ok ,ok garotão! – me estendeu a mão. – Aqui está.
- Você esta na praia mano, – Emm ria sem parar – toma sol nessa bunda branca.
- Vai se danar cara! – resmunguei ajeitando a toalha em frente a Dany que ria também.
Todos deram as costas e saíram gargalhando e comentando a cena.Me enrolei e voltei pro quarto. De lá de dentro ouvia os gritos histéricos de Dany que na confusão, havia se esquecido que a amiguinha embaixo do sofá ainda estava viva. Ri comigo mesmo. Éeeee eu fui mal mesmo! Nada mais justo depois de todo mundo me ver nu e de costas ainda , aff! Passei o restante do dia na praia, azarei umas gatinhas e bem à noitinha o pessoal voltou. Estávamos todos cansados e resolvemos então assistir filme.

fim do cap.